Oi, gente, eu sou a Carol, outra participante do blog. O meu subtema é sono, então vamos a ele!
Passamos cerca de um terço de nossas vidas dormindo. O sono não é um mero desligamento do corpo nem do sistema nervoso, e tampouco pode ser explicado apenas como um mecanismo de descanso: podemos descansar sem dormir e dormimos independente de estarmos cansados. O que é certo é que dormimos todos os dias. Mas o que faz com que durmamos e acordemos?
Um dos fatores primordiais para o controle do ciclo de sono e vigília é o ciclo circadiano, isto é, um ciclo de referência do organismo para o dia e a noite. Ele funciona a partir de um relógio biológico (interno, sem interferência ambiental) que é sincronizado com o meio ambiente.
O principal responsável pelo ciclo circadiano em mamíferos (e, portanto, nos humanos também) é chamado de núcleo supraquiasmático, que fica localizado no hipotálamo, acima do quiasma óptico. Essa estrutura neural tem neurônios especializados cujo potencial de repouso (diferença de cargas entre a face interna e a externa da membrana plasmática normal dos neurônios) não é estacionário, como costuma ser, mas varia. Ciclicamente, as membranas desses neurônios específicos – chamados de “marcapasso” – são despolarizadas, sem necessidade de estímulo. Elas são em seguida repolarizadas e depois começam a despolarizar novamente. Esse conjunto de despolarizações e repolarizações resulta num ciclo temporal ligeiramente diferente de 24 horas, normalmente um pouco mais longo, chegando a 26 ou 28 horas. De acordo com experimentos realizados, se seres humanos ficam isolados, sem indicações da passagem do tempo, seu ciclo de sono-vigília passa a ter essa periodicidade, e não a de 24 horas a que estamos acostumados.
Contudo, esse relógio biológico é regulado por informações do ambiente e do funcionamento do corpo, de modo que, em condições normais, de fato a referência é de 24h. Uma das principais maneiras de sincronização do relógio biológico com o ambiente é por meio da percepção da luz. Determinadas células da retina, que contêm um pigmento fotossensível, a melanopsina, são capazes de perceber a luminosidade do ambiente e transmitem essas informações ao núcleo supraquiasmático por meio de seus axônios. O núcleo supraquiasmático então ajusta seu relógio de acordo com a luminosidade e, entre outras consequências, o ciclo sono-vigília ocorre uma vez por dia. Outros fatores que influenciam o ciclo circadiano vão ser abordados nas próximas postagens sobre sono. Até lá!
Bibliografia:
http://naturalsleepaidreview.com/ (imagem)
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios? Conceitos fundamentais da neurociência. São Paulo, Atheneu, 2010 Segunda Edição
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