Olá, leitores! Hoje trataremos da forma como a acetilcolina
(ACh) age nos músculos estriados esqueléticos e nos músculos estriados
cardíacos. Para isso precisamos conhecer os tipos diferentes de receptores de
ACh, os receptores muscarínicos e nicotínicos. Eles recebem esse nome pois muscarina,
composto presente em cogumelos, e nicotina quando em contato com esses
transmissores provocam, respectivamente, efeito semelhante ao que seria causado
pela ACh. Uma diferença importante entre esses receptores consiste no fato de
os muscarínicos serem metabotrópicos, enquanto os receptores nicotínicos são
ionotrópicos.
No
coração, assim como no sistema nervoso central e em músculos lisos, predominam
os receptores muscarínicos. Existem cinco tipos de receptores muscarínicos,
sendo os do tipo M2 mais comuns no miocárdio. Quando em contato com ACh, esses
receptores liberam proteínas que, após uma cascata de reações, inibem a enzima
adenilil ciclase, diminuindo a síntese de adenosina monofosfatada cíclica
(cAMP), necessária para a manutenção da corrente de íons cálcio. Com a
diminuição do fluxo de Ca2+, é reduzida também a velocidade da
condução de sinais elétricos nos nodos sinoatrial e atrioventricular. Esses
nodos são responsáveis pela manutenção do ritmo de contração do miocárdio,
enviando estímulos elétricos periódicos pelas fibras musculares cardíacas,
independentemente de estímulo nervoso. O estímulo nervoso tem função apenas de
regulação da frequência dos batimentos cardíacos. A ACh tem, portanto, a ação
inibitória de diminuir a frequência cardíaca.
Nas junções neuromusculares com
músculos estriados esqueléticos, encontram-se receptores nicotínicos. Esses são
canais que possuem cinco subunidades, sendo essas: duas alfa, uma beta, uma
delta e uma gama. Quando uma molécula de acetilcolina se liga a cada uma das subunidades
alfa, o canal se abre, permitindo a passagem de íons Na⁺ para dentro e K⁺
para fora da membrana das células musculares. A entrada de íons Na⁺ é
maior que a saída de K⁺, levando a uma despolarização da membrana e à transmissão
de um potencial de ação que leva as fibras musculares a se contraírem. Nos
músculos estriados esqueléticos a ACh tem, portanto, ação excitatória, contrário
ao que acontece no músculo estriado cardíaco.
A
partir desses exemplos, podemos ver como um mesmo neurotransmissor pode ter
diferentes efeitos, por vezes opostos, dependendo da parte do corpo em que é
liberado e do receptor que encontra.
Bibliografia:
Perfeito para nós, os iniciantes! Obrigado!
ResponderExcluir