Depois de um tempo sem postagens, voltemos ao blog!Que hoje vai falar um pouco sobre depressão, um assunto super relevante e também muito amplo, mas que tentarei resumí-lo.
Na Antiguidade, a melancolia não era diretamente associada a
um caso de doença. Como bem sabemos, relembrando um pouco sobre a literatura da
época, a melancolia era até mesmo, relacionada a um traço de superioridade
intelectual e refinamento social. Com o passar do tempo, o desenvolvimento e
produção de casos clínicos dentro da psiquiatria, era preciso estabelecer
aspectos mais padronizados e termos técnicos para facilitar os estudos.
Assim, o termo melancolia foi
desaparecendo, e sintomas que eram descritos inicialmente como acessos
depressivos, evoluiram, até se estabelecer o distúrbio chamado depressão.
Esse é um tema bastante interessante de ser discutido, o que é importante para assim conhecer um pouco mais sobre depressão e seus portadores.Recentemente, a Organização Mundial da Saúde publicou um trabalho no qual estima que em 2020, a depressão será a segunda maior causa de comprometimento funcional, ficando atrás somente das doenças coronarianas.
Para melhor compreender a questão
desse distúrbio, podemos entendê-lo como um transtorno de humor ou afetivo. A
CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde) que é publicada pela OMS, foi criada para
padronizar e catalogar as doenças e problemas relacionados à saúde.
Segundo esse catálogo, existem três graus de depressão: leve, moderado e grave.
Sendo que de modo geral, há um comprometimento global do paciente, com variados
sintomas, apresentando uma repercussão negativa na qualidade de vida do
paciente.
Em relação à anatomia cérebro, é
preciso conhecer principalmente o córtex pré-frontal. Essa é uma região
primária de processamento de reações emocionais. Além disso, o córtex
pré-frontal tem conexões com outras áreas, que já possuem uma resposta mais
complexa, também estão relacionadas ao comportamento afetivo. Essas regiões incluem estruturas como o hipotálamo, amígdala, núcleo accumbens e núcleos serotoninérgicos, dopaminérgicos e noradrenérgicos do tronco cerebral.
Agora vamos nos focar no aspecto
bioquímico. Relembrando sobre a classificação de neurotransmissores, temos que o grupo das monoaminas se subdivide em indolaminas (ex.:serotonina)
e catecolaminas (ex.:noradrenalina e dopamina).Estes são os principais grupos associados ao estado
afetivo das pessoas.
Para provar a relação da serotonina
(5HT)com a depressão, dois exemplos de estudos conferem esse vínculo. Num
primeiro experimento, pesquisadores observaram que uma dieta livre de
triptofano (precursor natural da serotonina), a ponto de produzir um pico
plasmático muito baixo dessse aminoácido, resultava em um estado depressivo
moderado. Em outro estudo, testes do líquido espinal de pacientes gravemente
deprimidos, mostrava baixíssimos níveis de serotonina. Ainda assim, é importante ressaltar que mesmo que essa hipótese seja a mais aplicada, não há consenso entre pesquisadores que existam alterações nos níveis de serotonina e que isto dispõe ao surgimento da depressão.
Uma outra observação a ser feita é que, segundo publicações científicas, o que de fato ocorre, não possui uma explicação completa e adequada.Portanto, não há uma tese conclusiva e correta para o funcionamento de antidepressivos.
A hipótese serotonérgica tem
maior destaque devido ao desenvolvimento medicamentos da classe farmacológica
chamados Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS). Sua eficácia
é comparável a outros antidepressivos disponíveis, com a vantagem de ter menor
risco de efeitos colaterais e interação mais favorável em pacientes idosos e
naqueles que usam outras medicações.
De modo geral, o aumento da disponibilidade de neurotransmissores na fenda sináptica se
dá, basicamente, por meio do bloqueio da recaptação da noradrenalia e
da serotonina no neurônio pré-sináptico. Os exemplos de receptores da serotonina são:
5HT1A, 5HT1B,5HT1C,
5HT1D, 5H2, 5H3,
5H4. Outra opção, é através da
inibição da Monoaminaoxidase (MAO), que é a enzima responsável pela inativação
destes neurotransmissores.
Juntamente com
esse mecanismo é possível ainda, diminuir o número de neureceptores e aumentar
sua sensibilidade. Portanto, hoje muitos estudos estão focados em analisar a
plasticidade dos neuroreceptores (pré e pós sináptico), que não seriam
estruturas imutáveis ou rígidas, mas sim, estruturas capazes de se adaptarem às
alterações na quantidade de neurotransmissores.
Relacionando com o que foi dito, há uma teoria para
explicar o mecanismo de ação terapêutica tardia dos antidepressivos que é "a
hipótese da down-regulation dos receptores". Isso porque, é comprovado que
os antidepressivos levam em média duas semana para surtir efeito. O que
ocorreria na depressão, ou seja,o funcionamento anormal, seria descrito como
seria uma up regulation de receptores serotonina. Em última análise, o
aumento da quantidade de neurotransmissores, seja por qualquer mecanismo,
resultaria numa down regulation dos neuroreceptores pós sinápticos, como se não
fosse necessário uma regulação uma regulação muito fina ou uma alta
sensibilidade.
A depressão é um tema bastante complexo, e por ser uma doença cada vez mais comum, desperta curiosidade.É um distúrbio que possui suas causas bioquímicas, e que pode levar a consequências desastrosas. Portanto, atitudes básicas como respeitar e compreender o outro, já podem fazer grande diferença.
Por hoje, é só.
Bibliografia:
http://www.psiqweb.med.br
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/view/7660/5463
http://www.inec-usp.org/cursos/cursoIII/Neurotransmissores%20na%20ansiedade.htm
Revista Mente e Cérebro, Coleção Doenças do Cérebro. 2. edição, 2012
Bibliografia:
http://www.psiqweb.med.br
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/view/7660/5463
http://www.inec-usp.org/cursos/cursoIII/Neurotransmissores%20na%20ansiedade.htm
Revista Mente e Cérebro, Coleção Doenças do Cérebro. 2. edição, 2012
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